terça-feira, 22 de setembro de 2009

Comerciantes enfrentam concorrência desleal


Por Camila Cavalcante

Os comerciantes instalados no principal centro industrial do Norte do País, Manaus, enfrentam uma concorrência desleal com os comerciantes informais. De acordo com dados da Gerência de Comércio Informal – GECIN da secretaria Municipal de Produção e Abastecimento – SEMPAD, até Abril de 2008, havia na capital, cerca de 30 mil vendedores informais cadastrados no órgão. Destes, 75% trabalham no centro da cidade.


Para o vendedor Altair Silva a informalidade é causada pela falta de recursos financeiros para legalizar a atividade. “Trabalho há 15 anos no centro de Manaus, mas os trâmites para criar uma empresa e pagar os impostos acabam fazendo com que eu continue nesta situação. Já vendi celular, roupas e agora estou vendendo óculos, boné e tênis. Acredito que não seja um comércio ilegal com os donos de lojas, já que os clientes podem escolher entre uma opção mais cara e outra mais barata. Não vejo como deslealdade, pelo contrário, as lojas têm possibilidades de venderem mais e melhor até pelo ambiente que oferecem ao cliente”, argumenta.


De acordo com informações da Câmara dos Dirigentes Lojistas de Manaus – CDLM, os empresários perdem de 25% a 30% de seu faturamento em decorrência do comércio informal.
Um dos diretores e também assessor jurídico do órgão, Hileano Praia, chama a atenção dos prejuízos causados tanto aos lojistas, quanto à população.


“A informalidade gera postos de trabalho sem o devido resguardo legal ao trabalhador, onde o governo mais uma vez perde receita, na medida, em que não são recolhidas as verbas provenientes das obrigações previdenciárias e fundiárias pertinentes às relações empregatícias. Isto sem incluir a pirataria, que não só é classificada como comércio informal, mas também ato ilícito penal denominado violação dos direitos autorais”, alerta.


Shopping popular
Os lojistas exigem uma reorganização do Centro para que haja um mercado justo e digno. A Prefeitura de Manaus estuda a possibilidade da criação de um shopping popular, na região portuária. O empreendimento retiraria 1,3 mil vendedores informais do centro da Capital, além de contar com um Centro de Serviços Públicos ao Cidadão. Para a vendedora informal, Claudia Ferreira, que trabalha no Centro de Manaus, a saída do local significa “parar de vender, já que as autoridades querem nos colocar em lugares de difícil acesso ou muito distantes”.


Nenhum comentário: