Um profissional camaleão
Por Regiane Santos em 24/3/2009
Observatório da Imprensa
Para exercer a profissão de webjornalista, não basta dominar os princípios amplamente difundidos pelos professores nas salas de aulas das universidades brasileiras. A maioria deles, jornalista, ainda insiste em ministrar aos seus discípulos técnicas propagadas na década de 1980, quando o jornalismo se resumia à apuração e checagem de informações seguidas pela redação da reportagem que estampava as páginas do jornal impresso, produção de áudio veiculado em programas de rádio ou vídeo exibido nos noticiários televisivos.
Com a popularização da internet nos anos 1990, emergiu, entre professores e intelectuais da área, a necessidade de criar a disciplina de Jornalismo Online, na qual estudantes conhecem a história do jornalismo exercido na rede mundial de computadores bem como noções básicas da linguagem hipertextual.
Mas, no século 21, com a crescente inclusão digital da população proporcionada pela facilidade da aquisição de computadores, difusão internet banda larga, nascimento da web 2.0 e portabilidade da informação, o jornalista não pode mais restringir seus conhecimentos aos conceitos básicos do jornalismo online.
Versatilidade deve ser o lema do webjornalista, termo cunhado para designar os profissionais que projetam seus trabalhos para o mundo através da internet.
Adeus à timidez
Dominar a tecnologia torna-se primordial para atuar neste novo nicho de mercado. O webjornalista "...não tem medo de manuais de instruções, instala programas, enfim, faz a roda girar dentro daquela caixa que tem tudo o que a gente precisa para fazer o jornalismo multimídia hoje: o computador" (DUARTE, Alec, 2009).
Com as soluções técnicas nas pontas dos dedos para resolver os freqüentes problemas das máquinas que conectam os usuários com apenas alguns cliques ao mundo, o webjornalista não se intimida frente aos desafios de obter os melhores ângulos nas fotografias que compõem o slide show para ilustrar sua reportagem multimídia.
Através de seu raciocínio sagaz, o novo profissional redige e revisa o texto para o podcast ainda no local onde ocorreu o fato ou grava o áudio durante as entrevistas que substituem, de forma verossímil, as aspas das reportagens convencionais. O webjornalista ainda dá adeus à timidez e grava, com desenvoltura, VTs com seqüências que despertam a curiosidade do internauta.
Sensibilidade aguçada
Mesmo a redação ganha nova roupagem através da inserção de hiperlinks integrados às palavras do texto jornalístico que, embora curto para proporcionar uma leitura agradável ao usuário, torna-se contextualizado pela infinidade de possibilidades de navegação, à escolha do internauta, existentes na rede mundial de computadores.
"Nas edições online, o espaço é tendencialmente infinito. O jornalista pode oferecer novos horizontes imediatos de leitura através de ligações entre pequenos textos e outros elementos multimídia organizados em camadas de informações" (CANAVILHAS, João).
Ter habilidade para fotografar, gravar áudio, filmar ou narrar ao vivo já se transforma em realidade, embora pareça surreal, em veículos de comunicação instalados nos grandes centros urbanos e também em sites e blogs com linhas editorais alternativas, administrados por jornalistas independentes, forma de atuação profissional cada vez mais crescente, uma vez que considerável parcela dos veículos de comunicação se encontra em crise financeira e enxuga suas redações.
Sensibilidade aguçada também compõe a gama de habilidades imprescindíveis ao webjornalista. Após a apuração na qual selecionou diversificados suportes para informar o fato ao internauta, o polivalente profissional da comunicação edita o material e o organiza para aguçar o interesse do usuário em conhecer o conteúdo multimídia que reporta um recorte da realidade.
Formar e educar para a vida
O webjornalista não necessita dominar somente a tecnologia. Para garantir sua credibilidade, continuam imprescindíveis a checagem e re-checagem de informações, uma vez que "uma edição e filtragem de informação de confiança e com qualidade torna-se ainda mais importante na internet, onde qualquer pessoa pode publicar qualquer coisa e fazer com que pareça importante" (AROSO, Inês).
Ao lançar sua âncora no oceano open source da internet, no qual os cidadãos têm livre participação para pulverizar uma vasta gama de informações, os webjornalistas passam de guardiões das informações a intérpretes da notícia, tornando-se fundamental a sólida formação em ciências sociais bem como o domínio da linguagem técnica e legislação da área na qual atua, para "informar com crítica, competência e cidadania, formar e educar cidadãos para a vida" (VIANA, Moisés, 2009), premissa básica do jornalismo.
quinta-feira, 26 de março de 2009
Observatório da Imprensa
APROVEITAMENTO
Financial Times amplia tarefas de repórteres
em 24/3/2009
Repórteres do Financial Times terão que editar suas próprias matérias na nova fase de integração digital do diário. Segundo o editor Lionel Barber, as mudanças fazem parte de um plano – chamado "Redação 2009" – para aumentar as habilidades de produção dos repórteres e editores.
Uma porta-voz do FT confirmou que o diário não tem planos para futuras demissões, sejam compulsórias ou voluntárias. Em janeiro, o jornal anunciou 80 cortes na empresa, incluindo 20 cargos editoriais. Depois de negociações, nenhum posto de jornalista foi cortado compulsoriamente, após 17 terem se voluntariado para sair.
Multitarefas
Os repórteres foram informados de que terão "que assumir responsabilidades" ao adicionar links a suas matérias, fazer revisão ortográfica e checar as normas de estilo, além de sugerir manchetes. Quando as matérias forem publicadas na versão impressa, o número de caracteres também deve ser verificado. Depois de preencherem suas matérias, haverá revisão dos links e acréscimo de fotos, gráficos e vídeos. Só aí este material será enviado a outro setor para ser revisado.
"O projeto `Redação 2009´ não altera nossa capacidade comprovada para apuração ou prioridades: nossa filosofia permanece a de entregar um resumo das notícias econômicas e financeiras, análises e comentários para uma audiência global. Não somos uma agência de notícias, nem um jornal comum, somos o FT – e queremos ser uma organização do século 21. As mudanças revolucionárias que estamos propondo irão garantir que o FT permaneça sustentável e continue a ser uma força líder no mundo do jornalismo financeiro", afirmou.
As mudanças fazem parte de um processo de longa data do FT, que começou em 2006, quando Barber deu início a uma "integração sem igual do impresso e online". Segundo a porta-voz do jornal, as mudanças nas atividades dos jornalistas não implicarão necessariamente um novo esquema de prazos para a entrega de matérias, e sim levarão "a redação a um novo nível de integração". Informações de Ben Dowell [Guardian.co.uk, 20/3/09].
APROVEITAMENTO
Financial Times amplia tarefas de repórteres
em 24/3/2009
Repórteres do Financial Times terão que editar suas próprias matérias na nova fase de integração digital do diário. Segundo o editor Lionel Barber, as mudanças fazem parte de um plano – chamado "Redação 2009" – para aumentar as habilidades de produção dos repórteres e editores.
Uma porta-voz do FT confirmou que o diário não tem planos para futuras demissões, sejam compulsórias ou voluntárias. Em janeiro, o jornal anunciou 80 cortes na empresa, incluindo 20 cargos editoriais. Depois de negociações, nenhum posto de jornalista foi cortado compulsoriamente, após 17 terem se voluntariado para sair.
Multitarefas
Os repórteres foram informados de que terão "que assumir responsabilidades" ao adicionar links a suas matérias, fazer revisão ortográfica e checar as normas de estilo, além de sugerir manchetes. Quando as matérias forem publicadas na versão impressa, o número de caracteres também deve ser verificado. Depois de preencherem suas matérias, haverá revisão dos links e acréscimo de fotos, gráficos e vídeos. Só aí este material será enviado a outro setor para ser revisado.
"O projeto `Redação 2009´ não altera nossa capacidade comprovada para apuração ou prioridades: nossa filosofia permanece a de entregar um resumo das notícias econômicas e financeiras, análises e comentários para uma audiência global. Não somos uma agência de notícias, nem um jornal comum, somos o FT – e queremos ser uma organização do século 21. As mudanças revolucionárias que estamos propondo irão garantir que o FT permaneça sustentável e continue a ser uma força líder no mundo do jornalismo financeiro", afirmou.
As mudanças fazem parte de um processo de longa data do FT, que começou em 2006, quando Barber deu início a uma "integração sem igual do impresso e online". Segundo a porta-voz do jornal, as mudanças nas atividades dos jornalistas não implicarão necessariamente um novo esquema de prazos para a entrega de matérias, e sim levarão "a redação a um novo nível de integração". Informações de Ben Dowell [Guardian.co.uk, 20/3/09].
Abrindo contato
Olá turma!!!!
Depois de um período afastada por problemas de saúde e por causa da correria diária, estou retornando aos nosso canto predileto. Como não estou mais ministrando a disciplina com vocês este semestre, pretendo postar aqui notícias relacionadas ao mundo do Jornalismo online.
Podem continuar enviando sugestões de matérias e textos.
Agradeço a participação e o canal está aberto. Abraços!!!
Fábia Lázara
Depois de um período afastada por problemas de saúde e por causa da correria diária, estou retornando aos nosso canto predileto. Como não estou mais ministrando a disciplina com vocês este semestre, pretendo postar aqui notícias relacionadas ao mundo do Jornalismo online.
Podem continuar enviando sugestões de matérias e textos.
Agradeço a participação e o canal está aberto. Abraços!!!
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